Por Maeve Nóbrega, especialista em Marketing Médico
Atualmente, mais de 70% da população brasileira não possui plano de saúde, de acordo com levantamento do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) com dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Esse cenário reforça a necessidade de repensar estratégias de acesso e comunicação no setor médico, especialmente no atendimento particular.
Diante desse número expressivo de brasileiros que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS) ou buscam alternativas particulares, o marketing médico se apresenta como um instrumento legítimo — quando usado com ética — para fortalecer a presença dos profissionais de saúde no mercado e expandir o acesso à informação de qualidade.
Mudanças de cenário: de baixa concorrência à necessidade de visibilidade
Em décadas passadas, o marketing na medicina era praticamente inexistente. A concorrência era menor, e a reputação dos médicos se construía basicamente no boca a boca, dentro de um ambiente em que poucos profissionais atuavam em determinadas especialidades e cidades. O reconhecimento vinha naturalmente, muitas vezes sem qualquer estratégia de comunicação estruturada.
Hoje, no entanto, o contexto é diferente. O número de médicos aumentou, o acesso à informação é instantâneo e a comunicação digital transformou a forma como a população escolhe seus prestadores de serviços, incluindo profissionais de saúde. Estar visível, ser lembrado e transmitir credibilidade passou a ser essencial para quem deseja se manter competitivo.
Marketing Médico: uma questão de imagem e reputação
Ao contrário do que alguns imaginam, fazer marketing médico ético não significa promover exageros, promessas ou práticas sensacionalistas. Trata-se de investir em posicionamento: apresentar de forma clara os serviços prestados, compartilhar informações educativas, mostrar diferenciais de atendimento e fortalecer a imagem profissional perante pacientes e colegas.
Essa construção de imagem influencia diretamente na percepção que a sociedade terá sobre o médico: profissionais que comunicam seus valores com transparência e responsabilidade tendem a ser mais procurados, recomendados e respeitados.
Oportunidades para um crescimento sustentável
No Brasil, onde a maioria da população não possui plano de saúde, muitos pacientes buscam atendimento particular por conta própria — seja para consultas, exames ou até procedimentos cirúrgicos. Para os médicos, isso representa uma oportunidade real de crescimento. Mas apenas quem adota uma comunicação ética e consistente consegue converter essa oportunidade em aumento de consultas e fortalecimento da reputação de forma sustentável.
Em vez de depender exclusivamente de convênios, os médicos que investem em marketing adequado conseguem diversificar suas fontes de receita e reduzir a dependência de tabelas restritivas de planos de saúde, ampliando a autonomia sobre seu trabalho.
Falar sobre marketing médico hoje é falar sobre sobrevivência e evolução profissional. Em um país onde a maioria da população busca alternativas ao SUS ou atendimento particular, a maneira como o médico se apresenta ao público pode ser decisiva para seu sucesso. Mais do que uma estratégia comercial, é uma questão de posicionamento, de reputação e de compromisso ético com a sociedade.
MAEVE NÓBREGA
23 anos de Mercado
Proprietária da Marketing e Valor – Agência e Gestão de Marketing para Empresas e Marketing Médico
Publicitária e Profissional de Marketing
Gestora Empresarial
Especialista em Negócios em Saúde
Especialista em Marketing Médico
Sua experiência abrange setores da saúde, eventos, concessionárias, varejo e Shopping.
