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A recente reeleição de Donald Trump nos Estados Unidos está gerando efeitos que podem ter consequências significativas na política global. Com um discurso nacionalista e uma política econômica agressiva, Trump prometeu restaurar a grandeza econômica americana, mas suas ações imediatas estão tendo o efeito oposto, tanto internamente quanto no cenário internacional. Para o Brasil e outros países, isso pode representar uma oportunidade inesperada para o fortalecimento de suas economias e um impulso para seus líderes progressistas.
O Desgaste Rápido de Trump e os Efeitos no Brasil
Desde sua volta à Casa Branca, Trump tomou medidas drásticas que impactam diretamente a economia global. Sua perseguição a imigrantes, inclusive aqueles que contribuem ativamente para a economia americana, gerou insatisfação mesmo entre seus eleitores. A implantação de tarifas agressivas sobre produtos de diversos países também está gerando efeitos colaterais: a inflação nos Estados Unidos está disparando, e empresas americanas estão repassando os custos para os consumidores. Em apenas dois meses, Trump já amarga uma das piores avaliações para um presidente em início de mandato.
No Brasil, esses acontecimentos têm um impacto direto. A desvalorização do dólar, provocada pelo enfraquecimento da economia americana, favorece a economia local, facilitando importações e reduzindo custos de insumos e produtos. Essa conjuntura é benéfica para o governo Lula, que pode aproveitar o momento para consolidar uma retomada econômica e melhorar sua avaliação popular.
O Efeito Dominó para Outras Nações
A postura isolacionista e protecionista de Trump também afeta seus aliados naturais. Líderes como Jair Bolsonaro, Javier Milei e outros representantes da extrema-direita mundial têm usado Trump como modelo. No entanto, a crise precoce do novo governo americano serve de alerta para eleitores que antes viam nesses políticos uma solução para os problemas econômicos e sociais.
Na Argentina, Milei enfrenta dificuldades similares. Seu governo, também alinhado a uma política ultraliberal, não consegue resolver os problemas estruturais do país, e a insatisfação popular cresce. Para o eleitorado brasileiro, que observou atentamente as promessas e os resultados da gestão Bolsonaro, o exemplo de Trump e Milei pode ser um fator decisivo na escolha presidencial futura.
A Desconstrução do Mito Bolsonarista
Historicamente, o bolsonarismo esteve atrelado ao trumpismo. Contudo, a crescente desaprovação do governo Trump pode influenciar a percepção dos eleitores brasileiros que ainda cogitam um retorno de Bolsonaro ao poder. Diante de uma crise econômica nos EUA e na Argentina, o discurso de que a extrema-direita é a solução para os problemas do Brasil perde força.
Por outro lado, a insistência de setores bolsonaristas em defender Trump a qualquer custo, mesmo diante de seu evidente fracasso administrativo, mostra um desapego à realidade econômica e política. Para eles, o que importa não é a melhoria do país, mas sim a permanência de um discurso ideológico que não se sustenta diante dos fatos.
Oportunidade para Lula e a Esquerda Global
Diante desse cenário, Lula e outros líderes progressistas podem se beneficiar politicamente. Com um mercado internacional mais favorável e uma inflação interna controlada pela queda do dólar, o governo pode investir mais em programas sociais, infraestrutura e políticas públicas de desenvolvimento.
A insatisfação dos americanos com Trump, aliada à crise na Argentina, coloca a extrema-direita em um beco sem saída. Se a economia brasileira conseguir demonstrar estabilidade e crescimento nos próximos meses, a reeleição de Lula se torna cada vez mais provável, enquanto o bolsonarismo perde força como alternativa política viável.
A grande questão agora é: os brasileiros que antes acreditavam em Trump, Milei e Bolsonaro estarão dispostos a reconhecer os erros dessas lideranças? Ou continuarão presos a um discurso ideológico que não se traduz em resultados práticos para a população? O futuro político do Brasil e do mundo dependerá dessas respostas nos próximos meses e anos.
Eugênio Falcão
Portal Noticia Extra