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A Secretaria de Estado da Saúde (SES) realizou, nesta quarta-feira (29), no auditório executivo da Uniesp, a primeira Oficina de Capacitação em Manejo Clínico da Gestante e Incentivo ao Aleitamento Materno, com o objetivo de qualificar os profissionais da Atenção Básica em Saúde no manejo das principais situações clínicas que acometem as gestantes e que terminam no óbito materno e fetal. A formação contou com a participação de enfermeiros e médicos da Estratégia Saúde da Família e também das equipes de consultório de rua.
A representante da Atenção Básica da SES, Alana Franco, explicou que entre as principais causas de mortes maternas estão a diabetes gestacional, as síndromes hipertensivas, a infecção puerperal e as ISTs, doenças que, na grande maioria das vezes, podem ser identificadas e tratadas no pré-natal, por isso a importância de discutir junto aos profissionais da atenção básica o manejo clínico das gestantes. “A oficina foi motivada diante dos números de óbitos maternos e suas principais causas. Ao identificarmos que seria possível reduzir esses óbitos ampliando o olhar e acompanhamento dessas gestantes, foi pensada a necessidade de aprofundar o debate sobre a assistência pré-natal”, pontou.
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Para a médica obstetra da Rede Cuidar, Juliana Silveira, a identificação precoce de fatores de risco das gestantes possibilita que elas sejam encaminhadas para um serviço especializado e multiprofissional, o que resultará em um desfecho positivo no final das gestações. “Nós sabemos que a atenção primária é a porta de entrada da gestante no serviço de saúde e eu sempre digo que o pré-natal é a base, ele é essencial para um desfecho favorável do binômio materno fetal”, destacou.
A gerente operacional de Atenção Materno-infantil, Fátima Moraes, relembrou que durante os anos de pandemia (2020 e 2021) houve um aumento no número de óbitos maternos, mas que em 2022 foi possível reduzir esse quantitativo, por isso a importância de continuar com o trabalho de acompanhamento e busca ativa das gestantes, melhorando o atendimento e quadros hospitalares desse público. “Registramos uma diminuição significativa desses óbitos, a gente saiu de 72 óbitos para 23 óbitos em 2022, e esse ano, até agora, em novembro, estamos com 25 óbitos maternos no Estado. E estamos avançando na cobertura da atenção da Estratégia Saúde da Família, são mais de 96% dos municípios com equipes de saúde da família e isso dá acesso à assistência pré-natal a todas as nossas gestantes”, reforçou.
Além das causas que envolvem a Saúde, na ocasião também foi destacada a importância da Assistência Social para garantir direitos e dignidade para as famílias, possibilitando assim um processo gestacional seguro e evitando a morte dessas mulheres. Presente na capacitação, a secretária de Estado do Desenvolvimento Humano, Pollyana Dutra, considerou indispensável para o cuidado das gestantes essas ações em conjunto. “A vulnerabilidade social e a fome certamente podem ser um gatilho para as mortes maternas/infantis, precisamos desse trabalho intersetorial: a Saúde promovendo bem-estar das pessoas e a Assistência Social proporcionando qualidade de vida”, enfatizou.
O aleitamento materno foi outro ponto importante abordado na oficina, no qual foram reforçados o papel de educação em saúde dessas equipes no incentivo ao aleitamento materno e os benefícios do aleitamento tanto para mãe quanto para bebê. Ainda foi tratado sobre a mortalidade infantil quando se trata da asfixia por leite materno e os primeiros socorros que podem ser feitos quando isso acontece.
A programação contou com discussões de casos clínicos, explanações do manejo clínico desses casos e rodas de conversas. O evento terá duração de dois dias; o início nesta quarta-feira (29), com o município de João Pessoa, e nesta quinta-feira (30), com os municípios da primeira macrorregião de Saúde. E nos dias 14 e 15 de dezembro vai acontecer concomitantemente em Campina Grande com a segunda macrorregião e em Patos com a terceira.
SECOM