Acultura do caju passou a ganhar novas áreas na Paraíba, especialmente no Sertão, com a execução pelo Governo do Estado do Programa de Recuperação, Expansão e Fortalecimento da Cajucultura, que agora entra em nova fase com o treinamento de técnicos e produtores para iniciar a distribuição de mudas. O objetivo é o fortalecimento da cadeia produtiva dessa cultura que vai possibilitar surgir oportunidades de trabalho no campo e a geração de renda para famílias agricultoras.
Executado pela Secretaria da Agricultura Familiar e Desenvolvimento do Semiárido, em parceria da Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural, Regularização Fundiária (Empaer), vinculada à Secretaria do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca, o Programa de Recuperação, Expansão e Fortalecimento da Cajucultura começou a treinar técnicos e produtores rurais sobre o cultivo do caju, tendo em vista que, seguindo o calendário agrícola, a distribuição das mudas deve acontecer a partir do próximo mês.
A recuperação da cultura do caju, com a introdução de variedades que apresentam boa produtividade e aceitação no mercado, é uma ação desenvolvida em todos os municípios paraibanos, com distribuição de 1 milhão de mudas entre agricultores familiares. A produção de mudas conta com recursos do Fundo Estadual de Combate e Erradicação à Pobreza (Funcep). As prefeituras municipais serão parceiras neste projeto.
Capacitação – Durante dois dias, na semana passada, foram ministrados cursos de capacitação para técnicos e agricultores familiares interessados no cultivo de caju no Perímetro Irrigado das Várzeas de Sousa. As práticas foram ministradas pelos pesquisadores Pedro Paulo Bezerra da Silva e Ivonete Berto Menino, com o acompanhamento do diretor de Pesquisa Agropecuária, Aderval Monteiro Valença Dias.
O programa contemplará os agricultores familiares com a distribuição de mudas de caju, cultivar BRS-226, de alta produtividade, que tem maior resistência à seca, a algumas pragas e doenças de maior incidência no cajueiro. Na primeira etapa do programa, serão disponibilizados para a região do Sertão um total de 210.312 mudas para o plantio em módulos rurais de até dois hectares, atendendo às famílias agricultoras, assentados da reforma agrária, quilombolas, indígenas, mulheres e jovens rurais, entre outros, em quantitativo de 20 famílias por municípios.
A cajucultura é uma das atividades de grande valor econômico e social para o Nordeste. Sua importância social é caracterizada pela geração de emprego e renda para a população rural durante a estação da seca. Do caju tudo se aproveita: o suco, o bagaço, a castanha, a casca da árvore, as folhas, as flores e a madeira. Do suco, prepara-se um refresco ou o fermentado vinho de caju.
Outras regiões também têm demonstrado interesse em participar do Programa de Recuperação, Expansão e Fortalecimento da Cajucultura na Paraíba, a exemplo de Itaporanga e Pombal, onde produtores rurais discutem a recuperação e ampliação desta cultura, porque vislumbram uma melhoria da renda familiar, tendo em vista o mercado cada vez mais crescente.
Durante a abertura da fase de treinamentos dos técnicos e produtores rurais, o secretário executivo da Agricultura Familiar e Desenvolvimento do Semiárido, Bivar Dutra, destacou a força econômica do cajueiro, porque se trata de uma cultura que tem um mercado promissor, sendo muito importante para a geração de renda, mesmo porque em período de seca, cria oportunidades de trabalho.
Consorciação – Segundo a pesquisadora Ivonete Menino, a produção de caju permite a consorciação com outras culturas na mesma área, sem prejudicar a produtividade, seguindo a orientação técnica.
Com esse sistema de produção, o produtor rural terá melhor aproveitamento do solo, manutenção e melhoramento das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, além de diminuir a incidência de doenças, pragas e ervas daninhas. Outra vantagem é a redução de solo por erosão e aumento da renda do produtor.
Na agricultura familiar, geralmente são usados em consórcio no cajueiral, as culturas de mandioca, milho, feijão, amendoim, batata-doce, maracujá, abacaxi, urucum e gergelim.
Recomenda-se que o consórcio com o cajueiro anão seja realizado até o terceiro ano após o plantio.
SECOM