A defensora pública do Acre, Rivana Ricarte, foi reconduzida à presidência da Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (ANADEP) durante cerimônia, ontem, em Brasília. Ao lado dela, na vice-presidência institucional, está a atual presidenta da Associação das Defensoras e Defensores Públicos do Estado do Rio de Janeiro (ADPERJ), Juliana Lintz e como diretor dos aposentados, o paraibano Fábio Liberalino, presidente da Associação Paraibana dos Defensores Públicos (APDP).
O defensor público da Bahia Igor Santos é o vice-presidente jurídico-legislativo; e a vice-presidência administrativa tem à frente o defensor público de Tocantins e presidente da ADPETO, Guilherme Vilela. Durante o ato também foram empossados os(as) novos(as) integrantes dos conselhos diretor, consultivo e fiscal da entidade para o biênio 2023-2025.
Compuseram a mesa de abertura o secretário de acesso à justiça, Marivaldo Pereira, representando o ministro de Estado da justiça e segurança pública, Flávio Dino; a deputada federal Antônia Lúcia (Republicanos-AC); o deputado federal Stélio Dener (Republicanos-RR); o presidente do Conselho Nacional das Defensoras e Defensores Públicos Gerais (CONDEGE), Florisvaldo Fiorentino Júnior; a ex-vice-presidenta institucional da ANADEP, Rita Lima; e a defensora pública Juliana Lintz, que tomou posse no cargo de vice-presidenta institucional da ANADEP para o próximo biênio.
Mais de 200 autoridades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, além de representantes da sociedade civil e imprensa compareceram na solenidade. Houve a participação dos(as) defensores(as) públicos(as) gerais, dos(as) corregedores(as), ouvidores(as) e servidores(as) das Defensorias Públicas dos Estados e do Distrito Federal, além de representantes das entidades típicas de estado. O governador do Acre Gladson Cameli (PP) e a vice-governadora do Acre, Mailza Assis, enviaram mensagens à presidenta por vídeo.
Estiveram presentes na posse os(as) deputados(as): Ricardo Maia (MDB-BA), Reginente Bispo (PT-RS), Sonize Barbosa (PL-AP) e Zé Neto (PT-BA).
A defensora pública do Distrito Federal Rita Lima, que esteve na vice-presidência da ANADEP nos últimos dois anos, abriu os discursos da noite. A dirigente fez um balanço sobre o trabalho de resistência realizado pela ANADEP no último período. Para ela, a luta coletiva foi uma característica para que a Defensoria Pública ocupasse seu papel de protagonismo no cenário político nacional. “Passamos dois anos empenhando nosso trabalho para evitar retrocessos. Retrocesso nos direitos humanos, retrocesso democrático, retrocessos em nossa própria instituição. Se conseguimos tudo o que alcançamos até agora, isso aconteceu por causa do amor. Não esse amor romântico que tentam nos vender, esse amor formatado, limitado e limitante. Falo aqui pelo amor que temos às causas que defendemos, o amor que temos pelo que há de mais humano nas pessoas que atendemos, o amor que temos um pelo outro aqui. Finalizo esse ciclo como vice-presidenta da ANADEP com o coração cheio de gratidão por tudo o que vivenciamos juntos e acreditando que podemos fazer parte das mudanças que tanto queremos”, frisou.
Em seguida, Juliana Lintz trouxe um olhar sobre a carreira e o papel associativo. “Nesses quase 30 anos de trabalho, percebi desde cedo o papel fundamental do associativismo para a valorização da carreira, a estruturação e o fortalecimento da Defensoria Pública, democrática e proativa na defesa das pessoas em situações de vulnerabilidade e promoção da justiça social”, mencionou.
Já Florisvaldo Fiorentino Júnior destacou a parceria da ANADEP e do CONDEGE à frente do trabalho legislativo. “É um prazer ladear junto à Rivana e à Associação no trabalho legislativo no Congresso Nacional. Que sigamos os próximos dois anos trabalhando juntos e trilhando o caminho que nos une que é o fortalecimento da Defensoria Pública”, disse.
Importância da Defensoria Pública para o acesso à justiça
O deputado Stélio Dener, que é defensor público de carreira, afirmou que seu mandato terá como missão elevar a carreira e a Defensoria Pública no Congresso Nacional. “Quero dizer que é uma honra estar aqui hoje neste momento solene para dizer para os membros da nossa categoria que serei, além de deputado, um defensor público no Congresso Nacional. Vou elevar o nome da nossa carreira para fazer algo construtivo em prol da nossa instituição e para as pessoas hipossuficientes que precisam dos nossos serviços e de acesso à justiça. Vamos trabalhar para ter defensoras e defensores em todas as comarcas do país. Quero também plantar no Congresso Nacional a possibilidade de termos projetos que viabilizem o ingresso da nossa carreira nos Tribunais Superiores, a partir do quinto constitucional”, pontuou.
Com uma fala firme, Marivaldo Pereira trouxe um retrospecto da atuação da Defensoria Pública na trincheira de defesa da democracia e dos direitos das populações vulneráveis. O secretário de acesso à justiça falou sobre a atuação de defensoras e defensores públicos durante a pandemia, no combate aos despejos e remoções forçadas, nos presídios, no combate à violência doméstica e familiar, bem como na defesa dos povos originários. Para ele, a Defensoria Pública será um braço essencial na pasta que visa ampliar o acesso à justiça às pessoas mais carentes.
“Aprofundar a garantia de direitos passa por atuar ao lado da Defensoria Pública; passa por fortalecer a Defensoria Pública. Por isso, vocês têm acompanhado que a Secretaria tem dialogado diariamente com os defensores públicos. Não há como promover acesso à justiça, sem integralizar, sem fortalecer e sem ampliar a Defensoria Pública. Não há como fazer justiça e promover a cidadania sem caminhar ao lado da Defensoria Pública. Quero dizer que o Ministério da Justiça estará à disposição para que possamos caminhar juntos”, destacou.