Decisão anunciada nesta segunda-feira ocorre após forças de Moscou sofrerem vários revezes na guerra na Ucrânia
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, vai cancelar sua maratona anual de entrevistas coletivas pela primeira vez em uma década, informou o Kremlin nesta segunda-feira. A decisão foi anunciada após as forças de Moscou sofrerem vários revezes na guerra na Ucrânia.
— Não haverá uma [coletiva] antes do Ano Novo — disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a repórteres em uma teleconferência nesta segunda-feira, sem explicação, em resposta a uma pergunta sobre o evento.
Ainda segundo Peskov, o presidente russo tentará “encontrar uma oportunidade” para se pronunciar à nação em vez de falar diretamente com jornalistas.
Putin realiza entrevistas coletivas de fim de ano todo mês de dezembro desde que voltou à presidência em 2012, atraindo centenas de jornalistas de toda a Rússia e representantes da imprensa internacional a Moscou para o evento ao vivo televisionado que geralmente durava mais de três horas.
Ele está evitando esse tipo de encontro este ano em meio a repetidas retiradas das forças russas em sua guerra de quase 10 meses na Ucrânia e às tensões sobre a convocação de 300 mil recrutas em setembro na primeira mobilização militar da Rússia desde a Segunda Guerra Mundial.
O Kremlin ainda não anunciou também uma data para o discurso anual de Putin à Assembleia Federal e não deu nenhum sinal de que pretende manter sua “Linha Direta” com os russos, uma plataforma que funciona desde 2001 e é cuidadosamente controlada para que as pessoas comuns apresentem queixas ao presidente.
Em seu primeiro mandato como presidente (2000-2008) Putin costumava realizar uma entrevista coletiva geralmente em fevereiro.