Uma tarde para debater a educação para as relações étnico-raciais e evidenciar os saberes e as experiências dos professores dos anos iniciais da Rede Municipal de Ensino de João Pessoa. Foi assim que aconteceu, nesta quinta-feira (28), no auditório do Centro de Capacitação de Professores de João Pessoa, no bairro de Mangabeira, quando a comunidade escolar se reuniu em dois seminários que trouxeram as temáticas para uma roda de conversa que contou com apresentações de alunos de projetos educacionais.
Mais de 500 gestores pedagógicos e gestores dos CMEIs, professores dos anos iniciais e finais e especialistas fizeram parte do III Seminário Municipal de Educação paras as Relações Étnico-Raciais e III Seminário de Saberes e Experiências Docentes, com a presença da secretária de Educação, América Castro, e da secretária executiva da pasta, Luciana Dias. Ambas ressaltaram os avanços da educação na Capital a partir da gestão do prefeito Cícero Lucena e do vice Leo Bezerra.
“A gente conseguiu juntar duas coisas muito importantes dentro das escolas, a etnia, a raça, e a alfabetização na idade certa em dois seminários. E pelo terceiro ano, desde que essa gestão começou, que a gente tem trabalhado essas duas vertentes. Não é o quarto, porque foi o ano da pandemia em 2021, mas em 2022, 2023 e agora em 2024, hoje culminando com aquilo que a gente tem realizado também na alfabetização”, destacou América Castro.
“Hoje é um dia de emoção, de potência, onde nos reunimos para mostrar o que trabalhamos na rede, como levamos as questões étnicas e raciais, trabalhando com dignidade, com democracia. Temos aqui o trabalho dos nossos estudantes. Poesias lindas, maravilhosas. A iniciação artística com as pinturas, as imagens das nossas crianças negras belíssimas. São todos da Escola Quilombola. Então, eu quero dizer que hoje é apenas a culminância, podemos dizer assim, de todo esse percurso que foi feito durante todo o ano, que não foi fácil, mas fomos construindo passo a passo”, disse Luciana Dias, chamando a atenção para as obras dos alunos expostas no espaço.
A articuladora municipal Jocineide Silva, do projeto Letrar+JP, evidenciou os pontos principais do evento. “Nós temos aqui práticas exitosas em torno da educação para as relações étnicas-raciais. E tratar disso desde a primeira infância, a gente tem esse cuidado até o último ano, que é o 9º ano, nós temos como responsabilidade. E a nossa preocupação é que todas as crianças aprendam o que elas precisam aprender, garantindo a sua dignidade com respeito entre todas, crianças pretas, brancas, indígenas, como temos também na nossa rede, inclusive crianças de outros países”, enfatizou.
O professor doutor Lucian Souza da Silva, chefe da seção de Direitos Humanos da Secretaria de Educação e Cultura de João Pessoa, lembrou que essas são discussões feitas em sala de aula o ano inteiro. “Esse é um momento festivo, celebrativo, de um trabalho que é feito durante o ano inteiro em cumprimento às leis 10.639 e 11.645, que tornaram obrigatórios o ensino de história e cultura africana, afro-brasileira e indígena. É a implementação de uma política pública que a Secretaria de Educação vem fazendo ao longo do ano inteiro, não se concentrando apenas no 20 de novembro, mas diluindo isso nas práticas curriculares, nas ações dos professores, nos processos formativos desses professores. Enfim, é um verdadeiro aquilombamento pedagógico”, exaltou.
Programação – Os seminários começaram com as apresentações do grupo de musicalização infantil e grupo de capoeira do CMEI El Shadday. Depois, o aluno Gerson Renato de Souza Silva, do 2º ano C da Escola Municipal Ana Cristina Rolim Machado, leu uma mensagem de abertura emocionando o público.
O evento seguiu com as falas das gestoras pedagógicas Maria Giliane de Oliveira Cavalcante e Djanilda Pereira Barros, responsáveis por apresentar experiências exitosas da Rede Municipal de Ensino. A conferência de encerramento teve o tema ‘Pela valorização da negritude e o enfrentamento ao racismo na escola’, com a professora doutora Bárbara Carine, conversa mediada pelo professor doutor Lucian Souza.
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Texto: Nice Almeida
Edição: Cristina Cavalcante
Fotografia: Gilberto Firmino